China 27 Portugal 1

Imaginem uma sala pejada de desconhecidos...imaginem que as comunicações são em mandarim...imaginem que têm de levantar o braço e dizer que não percebem uma palavra...imaginem que a "reunião" demora o dobro do tempo só por essa razão...imaginem que todas as outras pessoas sorriem...imaginação a mais ou talvez não?!

Não fazer nada…uma ciência

que está ao alcance de muitos poucos; bem sei que não escrevo há bastante tempo – e não é por falta de tempo, essa desculpa tão lusitana – mas a razão é maior que a imaginação.
Como não tenho nada para fazer, não tenho nada para escrever; poderia escrever sobre “nada”.

Sim podia, mas não tenho a destreza nem a inteligência de Seinfeld, que decidiu vender à NBC uma série de Tv em que o móbil principal não era salvar o Mundo (fazer tontarias em 24 horas como o Jack Bauer) ou ter problemas sentimentais maiores do que a dor que atravessa uma sala de urgências (como em Anatomia de – gaja com voz irritante, sonsa sem sal que apetece enfiar dois estalos na carantonha - Gray) mas sim um programa sobre “nada”; genial e um sucesso garantido por terras do Rato Mickey e do Darth Vader mas infelizmente este vosso amigo, apenas nada consegue fazer. E “nada” é apenas o princípio.

Ano Novo Chinês (parte II)

Em Macau são dias de grande azáfama, para não variar; milhares de turistas (chineses) de casino em casino. Dei uma voltinha pelos casinos em Macau, e estavam apinhados de pessoal com notas e fichas na mão a clicar em tudo o que era “slot” e a jogar “baccarat”, “stud poker” e “blackjack”.

A razão prende-se com mais uma “superstição”; no ANC tem de se jogar no Casino (quem terá inventado esta?), vestir uma peça de roupa vermelha (e não azul como é comum em Portugal, o que é muito mais sexy), lançar fogo de artificio ou rebentar o “panchão”. Como bom tuga fui lançar um rolo de fogo de artificio – o governo delimita áreas onde se podem lançar os foguetes ou o “panchão – e do qual já fiquei altamente viciado; nunca tinha entendido o gosto pela pólvora mas agora entendo o seu poder ah ah ah!!!!

Mas para o ano vou rebentar um “panchão”, que faz um efeito e barulho maravilhoso. Existem alguns problemas, durante 5 dias das 10 da manha as 2 da madrugada não se ouve nada mais do que pólvora a rebentar e alguns desgraçados lembram-se de lançar o “panchão” do vigésimo andar o que provoca um cagaço daqueles.

Esqueci-me de dizer que o rebentamento de “panchão” e que vestir roupa vermelha tem um objectivo, afugentar o “Nian”.

Ano Novo Chinês (parte I)

Queridos amigos, ou amigo, ou apenas eu (não sei se alguém lê isto além de mim próprio); já estão, estás ou estou com saudades minhas? Não me parece!
O Ano Novo Chinês foi quase há um mês, mas como ando a atravessar uma fase de “preguicite” – diz o medico que dura desde Fevereiro de 1983 – apenas agora vou escrever sobre tal assunto.
Deixámos o Ano da Vaca e entramos no Ano do Tigre, que é o terceiro signo do Zodíaco Chinês (já sei os quatro primeiros e o ultimo, as coisas que tenho aprendido queridos amigos, amigo ou eu) e para não esquecer nenhum comprei uma “chinesice” com todos os signos. Ate já sei a razão de o primeiro ser o Rato e o segundo a Vaca.

Pela primeira vez em toda a minha vida, vi lojas chinesas fecharem durante 4 dias; este é o maior sinal de que o ANC é mesmo, mesmo importante. Podiam ter dito, andei a comer pão de três dias.

E o que fazem os chineses no ANC? Pfff… é a loucura; imaginem um país como a China a movimentar-se. Em Hong Kong, onde vivem 7 milhões de pessoas, esperavam 9 milhões de visitantes!!!!! Nem saí de casa; e fez um frio, daquele mesmo bom, 7 graus durante quatro dias seguidos. Os chineses dizem que é sinal de sorte quando faz frio no ANC…pois, vamos ver.

...é a força!!! (parte 2)

A humidade é a força obscura de Macau, implacável e rude como um bêbado à porta de uma taberna às 4 da tarde. O que fazer?
Primeiro que tudo e o mais importante é a roupa; secar a roupa ao vento não é uma opção (fizemos duas tentativas e desistimos). A roupinha para cheirar bem tem de secar na maquina (as maquinas aqui são um 2 em 1, de lavar e secar); não obstante os armários da roupa também ganham a dita força; solução…comprar umas caixinhas que se colocam dentro dos armários da roupa e que “sugam” a humidade. Confesso que nunca tinha visto tal coisa, mas posso confessar-vos que são de uma utilidade extrema e engenhosos.

Por fim vamos ter de adquirir um ou dois desumidificadores (segundo os mais entendidos um só não chega) que terão de trabalhar das 8 da manha as 8 da noite, com 20 minutos de pausa para almoço (ou seja em chamado Macau style).

Cá esperamos por mais um desafio, mais uma dificuldade, mais uma experiencia.

...é a força!!! (parte 1)

Existe uma frase que faz todo o sentido quando dita no nosso Portugal. A bendita frase é: “ A humidade faz a força”. Claro que muitos de vocês vão achar que é uma afirmação parva (e com razão) mas se se pensar em 3 dimensões vão ver que faz todo o sentido.
Aqui em Macau, o dito tem de ser adaptado à realidade local. Depois de muito pensar cheguei a conclusão que faz sentido aplicar: “A humidade é a força”.
Podem protestar que não faz qualquer sentido, e ate podia concordar convosco, mas infelizmente não posso. Não posso, porque estamos em Fevereiro, lá fora estão 22º e 94% de humidade. Ate já custa andar mais do que 10 minutos seguidos. Nem quero imaginar a Primavera. Mas sabem o que dizem sobre a humidade e os seus efeitos na mente humana…não sabem? :-)

O Buda Sentado

De novo Hong Kong; um dos principais pólos de atracção da cidade é o Buda Sentado. Dizem que é o maior Buda Sentado do mundo (ao ar livre) e eu não vou contrariar; primeiro porque não é boa educação e segundo é realmente grande.
Para ver o Buda não é fácil; depois de uma viagem de 20 a 25 minutos de metro desde o centro existe uma longa fila de pessoas para enfrentar (não menos de uma hora) para comprar uma viagem para Ngong Ping Village.

Esta viagem tem um inconveniente (na minha singela opinião e pela qual não vou mais): é efectuada num teleférico e para quem não gosta de alturas não é agradável, nem me mexi petrificado pelo medo. Na viagem de regresso (e depois de mais uma hora e meia para apanhar o teleférico) ainda foi pior, com o vento a soprar e tornar a viagem uma verdadeira tortura.
Mas vale o esforço, ainda são precisos subir alguns degraus, mas o Buda Sentado é magnífico, uma experiencia idílica. São necessárias algumas horas, caso decidam visitar o Buda Sentado mas vale mesmo a pena. Caso gostem de alturas, tentem escolher um dia com céu limpo para apreciarem uma vista muito agradável (ate é possível ver o Aeroporto de HKG).

Que boas são as festas!!!

Foi um Natal e um Ano Novo bem diferente dos anteriores; não foi pior nem melhor, foi diferente. Diferente na comida, no local, no perfume das ruas, na celebração, nas gentes.
O Natal aqui em Macau não tem uma grande tradição (acho eu); vemos o Pai Natal, arvores e enfeites mas falta aquela magia, o que é normal pois não estamos num país católico. Para terem uma ideia, no dia 25 de Dezembro todas as lojas estão a funcionar, todas.

Na noite ceámos o tradicional bacalhau, trocámos os presentes à meia-noite e assim findou a nossa noite natalícia.

Dia 25 de Dezembro; Hong Kong. Cidade fantástica, onde pulula a diversidade, o movimento. A cidade tem uma vida própria; são 7 milhões de pessoas em movimento. Uma verdadeira imensidão de gente que enche os transportes públicos (que são também muitos), dão vida a todos os cantos da cidade, apinham as lojas, os restaurantes, os jardins, os locais turístico…enfim uma metrópole cosmopolita, organizada e viva.

À noite saboreamos a vida de rua – da qual já tínhamos saudade – com um jantar na zona de Soho, e depois para terminar um copo em Lan Kwai Fong. A ajudar, o tempo que no dia 25 de Dezembro estava ameno como numa noite de Verão.